segunda-feira, 29 de julho de 2019

Tarô. O que é? Como é?













             O Tarô é um jogo de cartas proveniente de uma época muito antiga, que, além de ser valorizado como um testemunho de elevação espiritual, sempre foi amplamente usado como um jogo destinado às adivinhações. O lado espiritual tinha um grande significado para aqueles círculos de pessoas que se reuniam em Escolas de Mistérios, Lojas, Fraternidades e em outros tipos de sociedades secretas para estudar as antigas tradições e símbolos. Nessas cartas, elas viam a estrutura básica dos caminhos místicos de iniciação. O uso “comparativamente profano” das cartas como oráculo para as perguntas do dia-a-dia , no entanto, foi causa do amplo interesse que despertaram, tanto antigamente como nos dias de hoje. Através de ensinamentos, em livros especializados, por exemplo, se pode aprender como consultar as cartas tanto no sentido espiritual como no profano. O profundo significado das cartas como sinalizadoras no caminho da iniciação pode sere deduzido dos métodos de disposição apropriados para as questões relativas à experiência pessoal

Estrutura do jogo de cartas

           O Tarô, com a forma essencial que conhecemos hoje, foi divulgado desde cerca do ano 1600. Ele se compõe de 78 cartas que se dividem em dois grupos:

          22 cartas dos Arcanos maiores ( A palavra Arcano deriva do latim Arcanum, que significa segredo. Estabelecemos assim uma diferença entre os 22 segredos maiores e os 56 segredos menores. )

        Os 56 Arcanos Menores formam um jogo com quatro naipes, como conhecemos através de outros jogos de cartas. Como naipe ou figura, nesse caso, é desenhado o símbolo que representa cada uma dessas quatro séries. Os símbolos do Tarô correspondem aos das cartas modernas de jogo:

Bastões ( correspondentes a Paus no baralho comum )
Espadas (correspondentes a Espadas no baralho comum )
Taças (correspondentes a Copas no baralho comum )
Moedas (correspondentes a Ouros no baralho comum )

        Cada um desses quatro conjuntos se compõe de 14 cartas que se juntam da seguinte maneira: 10 cartas numeradas: Ás (= um ), Dois , Três até Dez, e quatro Cartas da Corte: Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajem.

       Na maioria dos jogos de Tarô podemos distinguir facilmente entre as cartas dos Arcanos Maiores e as dos Arcanos Menores: em todas as cartas do Arcanos Maiores vemos um nome e um número; nas cartas dos Arcanos Menores, ao contrário, um nome ou um número.

Origem das Cartas

       Quanto à origem das cartas, não se sabe muito bem. Somente se tem a certeza de que surgiram no século XIV , na Europa, e se espalharam rapidamente. A primeira menção que encontramos a respeito é do monge dominicano Irmão João, que vivia nas proximidades de Basiléia e que , em 1377, citou um jogo de cartas em seu Tractatus de moribus et disciplina humanae conversationis.

        Muitos dos testemunhos primitivos sobre a existência das cartas só foram possíveis graças às contínuas proibições que acompanharam o seu uso ao longo dos séculos. Mas permanece um mistério: seriam as cartas usadas no sentido do tarô atual, como oráculo, ou tratava-se de simples cartas de jogar ? As pesquisas mais recentes partem desta última hipótese. Os pesquisadores acham que há uma boa base para a aceitação do fato de que um jogo com quatro naipes – a base das nossas atuais cartas de jogar, mas também dos Arcanos Menores do Tarô – chegou à Europa, proveniente do mundo islâmico, no século XIV, sendo usado primeiramente como um jogo para passar o tempo.

      Há muitas suposições e especulações sobre a origem das 22 cartas dos Arcanos Maiores do Tarô. Contudo, em última análise, só se tem certeza de que os temas das cartas são antiquíssimos. Os conhecimentos dizem que elas refletem o Caminho da Iniciação ou as estações da jornada do herói, tal como são conhecidos nos mitos e nos contos de fadas. Assim sendo, elas são a expressão das imagens arquetípicas da nossa alma, às quais C. G. Jung deu o nome de “arquétipos”. A questão relativa à idade das cartas perde importância quando nos tornamos conscientes de que as imagens que elas nos mostram remontam aos primórdios da consciência humana.

Os Diferentes Jogos de Cartas

          Enquanto os primitivos jogos demonstram ter um amplo leque de cartas, por volta do final do século XV formou-se o baralho ainda usado em nossos dias, que se compões de 78 cartas. Este logo foi chamado de “Tarô Veneziano” ou, ainda com maior frequência, de Tarô de Marselha. Isso se deve ao fato de que ora se atribuía a sua origem a uma ora a outra dessas cidades.

           No final do século XVIII, o ocultista Etteilla ( que, segundo uma prática ocultista vigente na época escrevia seu nome de trás pra frente, Alliette) criou um novo Tarô, que se disseminou rapidamente. Tal como o seu mestre, Court de Gébelin, ele também achava que as cartas provinham de uma época egípcia bem antiga. Em seu novo Tarô, o Grand Etteilla, ele corrigiu as falhas que, na sua opinião, se haviam infiltrado no jogo ao longo dos séculos. Contudo, seu trabalho foi rejeitado pelo grande ocultista Éliphas Lévi e por outros e, assim, o interesse geral logo se voltou novamente para o Tarô de Marselha.

         Só com a passagem do último século aconteceu um novo impulso. Arthur Edward Waite, americano de nascimento que vivia americano de nascimento que vivia na Inglaterra, membro e segundo dirigente da outrora muito influente Order of the Golden Dawn [ Ordem da Aurora Dourada ], desenvolveu um novo Tarô. As cartas foram desenhadas por outro membro da ordem, a artista Pamela Colman-Smith. Esse jogo ficou onhcio plo nom do editor Rider e do autor Waite, como o Tarô de Rider-Waite. A razão do sucesso dessas novas cartas – que até hoje mantêm uma grande vantagem sobre os jogos de tarô mais procurados – se deve à modificação decisiva e ao enriquecimento das cartas: em todos o outros baralhos de Tarô anteriores, só as 22 cartas dos Arcanos Maiores, as 16 Cartas da Corte e às vezes os quatro Ases eram ilustrados com figuras. As cartas restantes – e estas constituíam cerca da metade – tinham como tema pura simplesmente a repetição do símbolo do seu conjunto e o seu valor numérico. Portanto, o Três de Bastões mostrava exatamente três bastões, e o Nove de Taças apresentava nove taças, e assim por diante. Juntamente com a artista Colman-Smith, Waite conseguiu ilustrar também essas cartas, de tal forma que, desde então, todas as 78 cartas têm figuras que ajudam a determinar o seu significado.
          Nos decênios seguintes, surgiram novos baralhos de Tarô, dentre os quais se tornaram famosas as cartas de Aleister Crowley. Elas foram desenhadas por Lady Frieda Harris e publicadas em 1944 com o nome de O Livro de Thot.  Crowey, portanto, utilizou-se do nome usado 150 anos antes por Etteilla para suas cartas de Tarô, visto ter ele “descoberto” naquela ocasião (1783) que 3.953 anos antes e, portanto, “exatamente” 171 anos depois do Dilúvio, 17 magos haviam criado e gravado um Tarô sobre paquetas de ouro, cumprindo ordens do legendário Hermes Trimegisto ( com frequência identificado com o deus egípcio da sabedoria, Thot ). Infelizmente, Etteilla não divulgou onde havia adquirido esse conhecimento extraordinário.
          No final dos anos 70, iniciou-se o desenvolvimento que não só deu ao Tarô uma divulgação até então nunca alcançada, como também proporcionou a criação de novos jogos. Centenas de diferentes jogos de Tarô estão disponíveis atualmente, e talvez o mais conhecido dentre eles seja o de Salvador Dali. No entanto, Salvador Dali não foi o primeiro artista a se ocupar com o Tarô. Quase 500 anos antes, entre 1494 4 1496, Albrecht Dürer já havia desenhado cartas orientando-se pelo esquema dos maravilhosos Tarôs de Mantegna.
        Muitos dos novos jogos seguem a estrutura e os temas de Arthur Edward Waite e podem ser interpretados do mesmo modo. Outros Tarôs usam sistemas inteiramente novos em sua composição e, com bastante frequência, confundem os interessados, pois não existe livro – isso sem falar no folheto de orientação que deveria acompanhar as cartas – que revele o significado dos seus símbolos. Contudo, sentimo-nos totalmente desamparados quando se trata das excrescências desse desenvolvimento, que inevitavelmente surgiram, como o Tarô do Horror, o Tarô dos Sapatos Fantásticos ou o Tarô do Tabaco.

Que tipo de perguntas se pode fazer às cartas ?

Pode-se fazer qualquer tipo de pergunta às cartas do Tarô. Só há uma coisa que as mesmas não podem fazer: responder às perguntas com um lacônico “sim” ou “não”. Mesmo assim, elas são bastante úteis quando queremos tomar uma decisão, pois revelam as consequências que os nossos atos podem ter, sem tirar a nossa responsabilidade pelos mesmos. Além disso, podemos interroga-las sobre o rumo dos acontecimentos, podemos pedir-lhes sugestões e, quando se trata de uma consulta feita por nós mesmos em jogo de auto-análise, as cartas podem nos dar informações valiosas e mostrar-nos como realmente somos.



Por que as respostas das cartas fazem sentido ?

1.Por certo nunca se poderá explicar inteiramente esse fenômeno. No entanto, existem duas reflexões importantes sobre o tema: Nosso inconsciente se relaciona com o tempo e o espaço de forma diferente do que a nossa consciência. Sendo assim, é capaz de enxergar além dos limites do presente, como cada um de nós já teve ocasião de comprovar em sonhos premonitórios, ou ao intuirmos com antecedência fatos ainda por acontecer. A linguagem da consciência consiste em palavras, ao passo que a do inconsciente se expressa por imagens. Portanto, as cartas do Tarô são o alfabeto para a linguagem da nossa alma, que se manifesta através das imagens. Com elas, podemos expressar o que vai pelo nosso inconsciente, de acordo com a oportunidade da pergunta feita. A única coisa que a nossa consciência tem de fazer é procurar entender a linguagem do inconsciente para que compreendamos o que as cartas querem dizer.

2.O conceito de simultaneidade, de sincronicidade, mencionado por C. G. Jung, serve de fundamento para a segunda reflexão. Estamos acostumados a medir o tempo em termos de quantidade. Todavia, existe também uma qualidade do tempo, e até mesmo expressamos isso verbalmente quando falamos do momento certo do tempo. No entanto, não é o pensamento consciente que nos leva ao momento certo do tempo. Nosso relógio ou voz interior são muito mais confiáveis para fazer isso. Cada momento tem seus sinais característicos que qualidade, em âmbitos totalmente diferentes: macrocósmicos, nas constelações planetárias, e microcósmicos, nos movimentos atômicos em vários níveis. Entre estes atuam métodos dos oráculos, inclusive o Tarô e o O I Ching. No momento em que resolvemos fazer ao oráculo a pergunta que nos interessa, ele sabe dar-nos a resposta correta. Por isso, tanto faz escolher este ou aquele oráculo. Também não importa muito o tipo de cartas de Tarô que escolhemos. Antes de mais nada, é importante que o leitor das cartas entenda e fale a linguagem do oráculo escolhido.



Como aprender a interpretar as cartas ?

            As cartas se expressam através de imagens, e estas, por sua vez, constituem a linguagem da alma. Quem quiser aprender a linguagem das cartas - como o intérprete de sonhos - tem de aprender a linguagem da alma. O desenvolvimento desse aprendizado assemelha-se ao aprendizado de outra língua qualquer: depois de superarmos uma possível inibição inicial, vêm os primeiros sucessos espontâneos. Estes, contudo, só levam a uma maior segurança e desenvoltura na expressão das ideias através de uma prática constante.

         Graças aos valores vigentes na nossa sociedade, nós, os ocidentais, somos ensinados a valorizar o raciocínio analítico e a lógica causal e não estamos acostumados a usar o raciocínio plástico de modo a chegar às conclusões através da analogia. Isso significa que podemos descrever um problema com palavras, e, se ele nos for comunicado da mesma forma, por palavras, também poderemos compreendê-lo. E à medida que descobrimos as fórmulas gerais subjacentes ao mesmo, podemos transformá-lo numa abstração; e, assim, acreditam poder descobrir sua causa e os efeitos que produz. Mas esse é um esforço unilateral feito pela consciência.

        A linguagem do inconsciente é outra. Nossa alma se expressa por imagens, como sabemos através dos nossos sonhos. Não podemos substituir aleatoriamente essas imagens por palavras, pois estas sempre implicam certa deterioração dos fatos. As palavras se desgastam e perdem o sentido original do sonho. Imagens e , sobretudo, símbolos, ao contrário, falam aos homens há séculos sem perder seu sentido.

        Entender intuitivamente a linguagem das imagens (ou dos nossos sonhos) e intuir o seu significado não é tão difícil como parece. No começo, o que parece difícil é tornar esse significado acessível à consciência a ponto de ela entender a afirmação feita através de palavras que sejam claras tanto para o leitor das cartas como para o consulente. Ambos têm de entender o que as imagens querem dizer.       A chave para o significado mais profundo das cartas , no entanto, está nos mitos que os homens vêm narrando há milênios. Entreter-se com os livros antigos de sabedoria, lidar com a tradição oral e plástica dos mesmos nos leva a um encontro mais profundo as imagens da alma e do Tarô.
       Veja em seguida uma pequena amostra do que é essa tradição:
A criação dos mundos e a jornada pelo mar das trevas - A jornada do herói através das 22 cartas dos Arcanos Maiores.

1. A criação dos mundos

As 22 cartas dos Arcanos Maiores nos contam a jornada do herói(solar), em que também se reflete uma parte da história da criação do mundo: as cartas revelam como do caos primitivo(0 = O Bobo ) surgiram dois princípios primordiais polares, o masculino criativo (1 = O Mago ) e o feminino receptivo (2 = A Grande Sacerdotisa ) , que têm de se unir outra vez ( 1+2=3 ) para movimentar a criação (3 = A Imperatriz, carta das forças primitivas da natureza, da fertilidade e do constante nascimento de novo). Foi assim que surgiu o universo organizado, com suas 4 direções, os 4 ventos, os 4 elementos e as 4 estações do ano ( representados pela 4{ carta, o princípio organizador, "O Imperador"). A criação é coroada com o homem ( simbolizado pelo número 5), que reconhece o próprio significado do mundo visível e pesquisa os profundos mistérios ocultos por trás dele ( " O Hierofante= 5ª Carta, sendo o número 5 a quintessência e o significado secreto. O Hierofante é o iniciado superior nos Mistérios de Elêusis. 


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            Nesse ponto da história da criação, a Bíblia nos diz: “Não é bom o homem ficar só”. Os tebanos nos falam sobre o mais espetacular casamento de todos os tempos : o pai da sua raça, Cadmo, casou-se com a celestial Harmonia, filha do Deus da guerra, Ares, e da deusa da paz, Afrodite. Os Vedas indianos cantam o seu criador, Brahma. Este ficou durante 36.000 anos na montanha sagrada Mandara, tentando convencer a mãe primordial, Maia, a renascer. Tanta concentração e persistência fizeram com que , finalmente, ela se declarasse disposta a voltar como Sati e tornar Shiva, o grande iogue, seu marido: como deusa do êxtase, durante o sonho, ela tirou a paz de Shiva, fazendo com que de asceta ele se tornasse seu marido.

          Em todos esses casos, trata-se da união indissolúvel dos opostos, da irresistível força de atração que que os une e que ocasiona a sua mútua penetração; essa união é simbolizada pelo número 6, que corresponde à estrela de seis pontas, mas também é simbolizada pelo hexagrama ( em grego, hex = seis e gramma = caráter de escrita ) do I Ching chinês , em que se unem, de múltiplas maneiras, as forças Yin e Yang.



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        É evidente que esse círculo de temas é representado pela 6 ª Carta, Os Amantes. A partir da tradição cristã, sabemos que é nesse ponto que ocorrem as mudanças da vida: um fruto proibido, um presente de casamento que traz uma desgraça posterior ( o colar de Harmonia, proveniente da forja de Hefesto, ou posteriormente, a maçã dourada que provocou a Guerrra de Tróia porque continha a inscrição “À mais bela”, presente de Éris, deusa do Hades, que não fora convidada para a festa de bodas).Tradicionalmente, e não sem razão, esta carta também era chamada “A Decisão”, visto que reflete a estação arquetípica da encruzilhada onde os caminhos se separam e , finalmente, o homem abandona a unidade paradisíaca primordial. É por isso que vemos saindo para o mundo na 7 ª carta. A estrela de oito pontas da sua coroa simboliza sua origem nobre, mas o quadrado sobre o seu peito mostra que ele deve agir na Terra.


2. A jornada do herói

           Em outro nível, as mesmas cartas nos revelam a origem, a educação e o despertar do herói, além da sua busca pelo paraíso perdido. As primeiras dez cartas nos mostram o desenvolvimento da consciência que corresponde ao trajeto diário do Sol no céu diurno. A segunda dezena de cartas, ao contrário, oculta as tarefas mais difíceis que esperam pelo herói na “sua jornada pelo mar de trevas”( Ver também especialmente Gilgamés e Hércules, mas igualmente todos os outros heróis e heroínas que desceram ao inferno , e que são : Orfeu, Ulisses, Enéias, Inana e Psiquê. ), a luta contra essas forças e, se tudo correr bem, o vitorioso nascimento, com um frescor renovado, no lado leste do céu matinal. A jornada pelo mar de trevas é apresentada desde a 12 ª carta até a 19 ª dos Arcanos Maiores.


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          O herói é o Bobo. Diferentemente do herói típico, com os músculos estufados, cantado pelos mitos da época patriarcal, o Tarô nos conta a história de tempos ainda mais antigos, em que o herói, pelos padrões atuais, corresponderia antes a um tipo de anti-herói, a uma “negação do tipo”. Na tradição oral, em nossas lendas e contos de fadas, ele continua sendo o anti-herói. Ouvimos sempre a mesma história. Com mil e uma variações, a essência é a seguinte: “Era uma vez um rei que tinha três filhos. Quando pressentiu que a morte se aproximava, pediu ao mesmo que fosse buscar a erva da vida. Assim que ouviram o pedido, os dois irmãos mais velhos imediatamente selaram os cavalos e partiram, um para oeste, outro para o leste, e, como eram grandes, fortes e espertos, o pai contava com a sua ajuda. Eles cavalgaram pelo mundo todo e, quando voltaram, um ano depois, trouxeram consigo todas as ervas que juntaram nos lugares pelos quais passaram. Contudo, a erva da vida não se encontrava entre elas.” Conhecemos essa história, e também sabemos como ela continua; sabemos, inclusive, quem vai buscar a planta. É sempre tudo igual: o mais novo dos irmãos, o caçula, o bobalhão, O Bobo. Todos são unânimes em dizer que nem valeria a pena ele montar o cavalo, porque, indubitavelmente, cairia do mesmo e, na melhor das hipóteses, mesmo que conseguisse seguir viagem, seria tolo demais para concluir com êxito qualquer tarefa. Porém, é exatamente ele que traz a erva. E isso acontece em todos os contos de fada do mundo. A solução das nossas tarefas mais difíceis sempre está onde menos esperamos.

           Uma característica típica do herói é sua dupla paternidade. Acima dos pais terrenos, sempre estão ou um pai ou uma mãe divinos. Sobre esse fato, os contos de fadas mencionam que o herói é educado por pais adotivos. Esses pais em duplicata, nós os encontramos nas primeiras quatro cartas dos Arcanos Maiores. O Mago(I) e a Grande Sacerdotisa (II) simbolizam, como pais celestiais, os princípios primordiais masculino e feminino, o Yang e o Yin, o princípio criativo e o princípio receptivo, o princípio ativo e o passivo. A Imperatriz(III) e o Imperador (representam o par de pais terrenos, os quais simbolizam a concretização da polaridade primordial na Terra ( natureza e civilização, aldeia e cidade, tradição e direito).



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            O Sumo Sacerdote (V) representa a educação do herói. Com o sinal na sua mão direita, ele ensina que, além do visível ( o dedo estirado), existe o invisível ( os dedos dobrados ). Devido aos dois noviços no primeiro plano, esta é a primeira carta dos Arcanos Maiores em que as figuras aparecem com dimensões humanas. Assim sendo, ela representa também a consciência da criança que, pela primeira vez, descobre que é diferente dos adultos que, perto dela, parecem grandes demais.
          Na carta Os Amantes descobrimos – seja como for, somente no tema clássico do Tarô de Marselha – a decisão, especialmente importante para a jornada do herói, de sair da casa dos pais ( a mãe ) e de percorrer o próprio caminho ( com a mulher amada). Por meio da flecha do arco de Cupido, essa decisão se transforma numa decisão tomada com o coração. Sendo assim, a interpretação correta da carta também é: “Uma decisão espontânea e totalmente isenta de coação.”
         A carta seguinte (VII) já mostra a partida do herói, o início da jornada, a busca do Santo Graal, a busca do paraíso perdido. A primeira experiência do herói é descobrir que ele é o Único responsável pelos seus atos, e que só poderá colher o que ele mesmo plantou, pois o mundo que o cerca é seu espelho. Tudo isso é uma expressão da justiça, que na sequência numérica tradicional está no 8 º lugar. Ao encontrar o homem sábio(IX) o herói descobre o seu verdadeiro nome e recebe a fórmula mágica ou os instrumentos de magia, dos quais precisará para cumprir sua grandiosa missão. Ele ainda está diante de uma longa viagem repleta de perigos. Por isso, em hipótese alguma deve revelar a fórmula mágica e, muito menos, se esquecer do seu nome. O seu próximo passo é procurar o oráculo(X), ao qual pergunta: “Qual é a minha tarefa?” A resposta é sempre a mesma: Ele terá de livrar das trevas o bem que é muito difícil de alcançar.
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                 Assim chegamos ao final da primeira dezena dos Arcanos Maiores, que começou com a carta masculina do Mago, e passamos à segunda dezena, que – na sequência numérica tradicional – começa pela carta feminina A Força (XI). Ela indica que agora o herói se encontra na parte Yin de sua viagem, ou seja, o lado sombrio, misterioso, em que grandes perigos estão à sua espreita; contudo, depois de correr os riscos, é possível encontrar o tesouro escondido.
              O Enforcado da 12 ª carta representa a luz fraca, doentia, do Sol poente que se aproxima das águas da morte. Esta carta mostra que, para uma mudança de vida, é necessário, ou uma disposição incondicional que nos leva a fazer a viagem até as profundezas, ou cair numa “armadilha”, sofrer um golpe do destino que nos obriga a ter tranquilidade e a retroceder.
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            Os temas da 13 ª até a 18 ª cartas são sombrios (13, 15 e 16), noturnos (17 e 18) ou transcendentais (14), e é esse o motivo de também serem chamadas de cartas noturnas. Na carta A Morte podemos ver o Sol se pondo por trás das torres da cidade sagrada de Jerusalém. O cavaleiro e o Bobo usam a mesma pena vermelha no chapéu, e O Bobo, afinal, é o herói da nossa história. Contudo, correspondendo ao estado de fraqueza do enforcado da carta XII, a pena pende frouxa do chapéu do cavaleiro. Só ao término da jornada pelo mar das trevas, que pode ser vista na incrível carta “O Sol”(XIX), é que podemos vê-la outra vez ereta, cheia de um renovado vigor. Na carta “A Morte” as pessoas parecem movimentar-se para a esquerda, para o oeste, rumo ao país da morte. Mas o cavaleiro, o vento que agita o seu estandarte e a barca dos mortos que percorre o rio permitem que reconheçamos a verdadeira direção, para a direita, rumo ao leste, rumo ao nascimento do Sol.
              A carta menos compreensível dos Arcanos Maiores é a 14 ª, A Temperança. Muitas pessoas se surpreendem com o fato de ela ser numerada entre as cartas noturnas. Aqui ela tem dois significados essenciais: por um lado, mostra o “Psicopompo”, o inevitável condutor de almas, ( Hermes para os gregos; Thot ou Anúbis, no Egito. ) aquele que mostra aos mortos o difícil caminho repleto de perigos através da noite. Consequentemente , a carta mostra o rumo para a luz, para o Sol, no qual, se olharmos com mais atenção, se oculta uma coroa. Por outro lado, os antigos sabiam que, próximo às águas da morte, também fluem as águas da vida, ou melhor, que as águas da vida provém das profundezas do inferno. Assim sendo, esta carta sempre foi relacionada com a cura, sendo uma indicação da existência da água da vida.
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            A 15 ª carta mostra-nos a figura do diabo, o príncipe dos infernos e aqueles que estão sob seu poder. Neste ponto, chegamos ao lugar em que estão os que venderam a alma ao diabo. E é aqui que o herói precisa saldar sua culpa e libertar o tão tangível bem. Nas tradições antigas, a força negativa é chamada de serpente, de rainha das serpentes e de serpente noturna, que tem de ser subjugada pelas forças da luz. Essa luta ( no meio da noite ) acontece na 16 ª carta, A Torre. O raio ( sinal dos deuses superiores, como Zeus ou Donar ) destrói a prisão ( da falsa consciência) e liberta as almas aprisionadas da torre.
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          É na 17 ª noite, contada desde a última Lua Cheia, depois de três noites sem Lua ( = 3 dias no Inferno), que aparece outra vez a nova luz, o primeiro crescente da nova Lua. A 17 ª carta, “A Estrela”, representa, simultaneamente, que existe expectativa de novas esperanças e que o herói alcançou as águas da vida, já pronunciadas na 14 ª carta. Contudo, nem todos os perigos foram ultrapassados. A noite ainda não devolveu o herói à luz, mas procura “retê-lo nas trevas”. As tradições conhecem as leis inflexíveis do inferno: quem se virar pra trás está perdido ( Eurídice e a mulher de Lot); quem chegar a comer alguma coisa nesse lugar, nem que seja apenas um carocinho de romã, não pode mais retornar à luz do dia, à luz do mundo superior ( Perséfone). O mesmo vale para aqueles que se instalam confortavelmente no inferno e se acomodam ao lugar. Estes sentam-se sobre as almofadas do esquecimento e não conseguem mais ressuscitar ( Teseu e Peiritos ). Os contos de fadas descrevem uma situação semelhante: o herói se perde na floresta encantada, onde é cercado por todas as fadas, que fazem com que ele esqueça o próprio nome. Em todos esses casos, a missão é um fracasso porque, na verdade, o herói consegue dominar as forças exteriores das trevas, mas é subjugado pelos seus aliados interiores. É por isso que a 18 ª carta nos mostra o desértico e perigoso solo de Asfodélio e, além disso, também aponta o fato de esse ser o caminho para a cidade sagrada de Jerusalém, cujas torres já podiam ser vistas no horizonte da 13ª carta. Agora elas estão ao alcance da visão.
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        A carta O Sol (XIX) representa a luz recém-nascida, demonstrando, consequentemente, o vitorioso percurso da jornada do herói. O Leste ( o Sol ) espelha o Oeste ( a morte ) de uma forma interessante: as cores escuras contrastam com as claras, a bandeira negra da morte contrasta com o pano, na cor vermelha da vida, o esqueleto, com a criança, a pena curvada com a pena em pé; o cavalo branco, no seu duplo sentido, representa o cavalo descorado que, com a morte, transporta o quarto cavaleiro do Apocalipse, em contraste com o cavalo imperial que carrega o menino salvador nascido na noite escura, o Filho, o Ressuscitado sobre quem repousam todas as esperanças da humanidade.
         Naturalmente, essa é apenas uma das maneiras possíveis de se descrever a viagem pelo mar das trevas. Nos motivos mais antigos do Tarô de Marselha não se vê essa correlação entre a carta da Morte e a carta do Sol. Em vez disso , encontramos na 19 ª carta um par de gêmeos, que permitem que o aspecto da reconciliação seja interpretado. Já conhecemos este aspecto dos mitos que também é mostrado pelas cartas noturnas. Trata-se de uma luta entre o herói solar e seu irmão sombrio ( Gilgamés – Enkido, Percival – Feirefis ) e, portanto, de uma briga, de uma solução, por fim, da reconciliação como próprio lado negativo. O fato de o tema da criança aparecer aqui na 19 ª estação e, portanto, quase no final da viagem, é uma importante indicação de que o herói sempre volta a ser uma pessoa simples, depois de todas as lutas de sua vida. É exatamente isso que a Bíblia quer expressar quando diz: “Se não fordes como as crianças ( notem bem: não se não permanecerdes ), não entrareis no reino dos céus. “
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        A penúltima carta (XX) mostra-nos a verdadeira solução e libertação que , agora que todas as exigências foram atendidas, não apresenta mais nenhuma dificuldade. As três pessoas que ressuscitam, saindo dos túmulos quadrados, aqui significam que o divino ( ao qual corresponde o número 3 ) é libertado da prisão terrena ( que corresponde ao 4 ). Tal como o sapo surge do príncipe, ou da feiosa dama Ragnell nasce a encantadoramente bela princesa, aqui o Si-mesmo divino se liberta de sua prisão terrena. E naturalmente, a última carta (XXI) representa o reencontro com o Paraíso, a coroação do herói como rei e o happy-end que, nos contos de fada, sempre se apresenta desta encantadora maneira: “e, se eles não morrerem, continuam vivos até hoje...”

Teor das Perguntas

            Segundo o teor das perguntas há um sistema específico de dispor as cartas ( "O Círculo Astrológico", "A Cruz de Celta", etc.) e um grau de dificuldade de 1 a 5.
            O teor das perguntas pode ser sobre Causas, motivos subjacentes e tendências; Descrição mais abrangente do presente e visões sobre as tendências do futuro; Estado da relação entre duas pessoas; Experiência pessoal; Consequências de uma decisão tomada; Como determinado assunto se desenvolve e o significado subjacente desse desenvolvimento; Desenvolvimento de um assunto; Conselho ou sugestão; Saída para uma crise; Situação de um relacionamento ou também de um conflito ou concentração interior; Perspectivas ou tendências de uma situação ou perguntas de auto-análise; Determinação do ponto de evolução; Situação de um relacionamento; Descrição de uma pessoa ou experiência pessoal; Possibilidades de alcançar um objetivo; Descrição de uma situação e sua evolução; Exigências e perspectivas de um empreendimento; A próxima "porta" diante da qual nos veremos; Sugestão para o que devemos fazer; Descrição e perspectivas de uma situação; Todas as perguntas


Arcanos maiores

Resultado de imagem para o louco tarô 0 - O Louco ou O Adepto  
Arquétipo:A criança. 
Sentido geral:Espanto, franqueza, reinício.
            Esse Arcano em alguns baralhos está sem numeração, alguns o consideram como número XXII, outros como zero. Ele indica um momento de abandono, no qual se despreza a matéria e se segue, sem destino, a buscar a verdade interna. Ele tem o dom da espiritualidade, da fé, da inteligência e do amor ao semelhante, é todo doação. Quem age assim está sujeito a ser considerado pela maioria efetivamente um louco. Note-se que não parece haver nada que mostre que ele se incomode com as opiniões alheias, pois os únicos valores que não deixou para trás e que ainda carrega feliz são os espirituais. ( Arcano também titulado "O Bobo" ou, ainda, "O Adepto" )

Resultado de imagem para carta de tarot o magoI - O Mago ou o Prestidigitador 
Arquétipo:O criador.
Sentido geral:Força de influenciar os outros, força de vontade, iniciativa, habilidade, força sugestiva, sucesso.
           Ele é o início, a origem das coisas. Representa o espírito, o poder e a matéria. A atividade e a criação estão representadas por esse Arcano. É um sinal de abertura. As qualidades primeiras, antes do bem e do mal, são encarnadas por ele. O Mago manipula os quatro elementos: água, terra, fogo e ar, usando suas habilidades e talentos. Para alguns é a busca do “eu”. 

Imagem relacionadaII- A Papisa ou A Sacerdotisa 
Arquétipo: A virgem.
Sentido geral: Sensibilidade à flor da pele, paciência, compreensão, disposição para ajudar, consideração, mediunidade ( carta de proteção ).
              Ela é a fecundidade, o crescimento. Representa dois mundos: o material e o espiritual. A passividade, a espera com o objetivo de sentir antes de agir são características da Papisa, cujo véu esconde os mistérios do inconsciente. Ela indica um momento dse reflexão com base na sensibilidade. A sabedoria feminina e o conhecimento sensível, ela os retém de forma secreta e sagrada. Tanto no Mago como na Papisa, os princípios masculino e feminino, o Yang e o Yin, ainda não se fundiram.
( Carta também chamada "A Grande Sacerdotisa")



Resultado de imagem para carta de tarot a imperatrizIII- A Imperatriz 
Arquétipo:A mãe

Sentido geral:Crescimento, vivacidade, nascimento do novo, gravidez, pisar em solo fértil, os ritmos e a força da natureza.
              Ela é a soma do líder, Arcano I ( o Mago ou o Prestidigitador), com a sabedoria, Arcano II (a Papisa ou a Sacerdotisa), por isso recebe o número III. Apresenta a mente racional que cria as soluções dentro do mundo material. Como rainha e mãe do Universo, simboliza a união de espírito com a matéria. É uma autoridade dinâmica que age no plano mental. Seu reino é a mente. Representa a prática: as teorias não são com ela. A Imperatriz representa o princípio feminino, o Yin. Sua força é criadora, ela indica a geração de novas energias.



Resultado de imagem para carta de tarot o imperadorIV- O Imperador 
Arquétipo: O Pai

Sentido geral:Estabilidade, ordem, continuidade, inteligência prática, disciplina
             Ele é o poder da matéria, mas está acima dela, pois a mantém controlada. Gosta das situações estáveis e seguras. Seu domínio é o mundo físico, onde se vive de forma real o momento, mantendo os pés no chão. A inteligência é a ferramenta que o ajuda a enxergar além do mundo material. Lutou para alcançar uma posição de poder e governa absoluto no reino do concreto. Seu número, o IV, é por tradição representativo da matéria.



Resultado de imagem para carta de tarot o hierofanteV- O Papa ou O Hierarca 
Arquétipo:O santo
Sentido geral:Percepção intuitiva, confiança, certeza, virtude, bons conselhos (carta de proteção).
             Ele é o conhecimento que se difunde. Espalhando o que sabe, domina o espiritual, tornando-se um revelador do mundo esotérico. Simboliza o pensamento, o saber, a inteligência. O Papa rege o contato com as pessoas, que ele orienta sobre seus deveres e sua moral, ajudando-as na difícil tarefa de manter o equilíbrio entre o interior e o exterior.
( Também conhecida por "O Hierofante")



Resultado de imagem para carta de tarot os amantesVI- O Namorado ou A Escolha 
Arquétipo:O caminho da separação

Sentido geral:Livre-arbítrio, aceitação incondicional, grande amor e felicidade.
            Um momento de divisão emocional, com dois caminhos a trilhar, tornando o moço que está dividido, precisa de apoio para conseguir desempenhar seus deveres sociais e familiares. O número desta carta, o VI, é o número da família, mo que nos ajuda a prever qual será sua escolha. ( Carta também chamada "Os Amantes")
       Retornar ao caminho certo está previsto para o futuro.


Imagem relacionadaVII – O Carro ou O Triunfo 
Arquétipo:A partida do herói.

Sentido geral:Coragem, confiança pessoal, disposição de partir, espírito de aventura, satisfação de correr riscos.
           Esse Arcano indica um poder obtido após o domínio das paixões e dos instintos. Ele está no caminho que escolheu, venceu o desafio, está seguindo a direção certa, plenamente consciente. O progresso é evidente, não há nenhum retrocesso quando se está vivendo o momento que esta carta indica. As tentações ainda podem voltar a aparecer, todavia. Essa carta encerra um dos ciclos do Tarô, dando início a outro.



Resultado de imagem para carta de tarot a justiçaVIII -A Justiça 
Arquétipo:O juiz.

Sentido geral:Equilíbrio, honestidade, força de julgamento, a maior objetividade possível, decisão ajuizada.
             Esse Arcano simboliza um momento de equilíbrio perfeito, o que é quase utópico, o famoso caminho do meio. Apesar disso a Justiça atua num nível prático, pertence ao mundo concreto, definindo as situações por meio de uma ação que pesa, mede, avalia e julga. Resolve antes de agir, pois quer ser sempre correta. Ela está acima da matéria, da razão e da espiritualidade. ( Em alguns baralhos esta carta é de número XI )


Resultado de imagem para carta de tarot o eremitaIX – O Ermitão ou A Solidão 
Arquétipo:O velho homem sábio

Sentido geral:Estar só, introverter-se, desligar-se do mundo, silêncio, autodescoberta, ascese, seriedade.
            Ele é a luz trazida pela evolução do conhecimento, por isso representa também a lentidão. Nada acontece rapidamente sob a influência desse Arcano. Ele recolhe e guarda, e embora não ambicione a riqueza, em assuntos práticos, quer acumular. No momento em que se vive essa carta, deve-se usar de cautela, pois é um período restritivo. O Ermitão prefere isolamento quando se considera incompreendido. ( Carta também chada de "O Eremita" )


Resultado de imagem para carta de tarot a roda do destinoX – A Roda da Fortuna ou O Karma 
Arquétipo:Fortuna

Sentido geral: Tarefas e experiências determinadas pelo destino, mudanças inesperadas, necessidades, fases de sorte, obrigações às quais não se pode fugir, novo ciclo de vida.
             Ela significa movimento; sob sua influência nada permanece como está. O bem não dura para sempre e o mal não impera eternamente. Tudo sobe e desce nessa roda da vida. A esfinge que aparece na carta significa que estão ativas quatro forças da vontade: a sabedoria, a ousadia, a ação e o silêncio. É um novo começo amparado pela consciência que pode discriminar, ou pela sorte que decide quem vai subir e quem vai descer. ( Carta também chamada de "A Roda do Destino")



Resultado de imagem para carta de tarot a forçaXI – A Força ou A Persuasão
Arquétipo:A luta com o dragão.

Sentido geral:Coragem, vitalidade, energia, paixão, "mostrar as garras".
           Esse Arcano significa o domínio moral e emocional, controlando a energia dos instintos sem no entanto anulá-la. Ela é uma força inteligente, plena de virtudes, que age de forma controlada, direcionando objetivamente os elementos da vida. Quando se vive o momento que esta carta indica, tudo está sob seu controle, pois há força para isso. A compreensão e o interesse pelas pessoas é uma irradiação que atrai naturalmente os outros. ( Em alguns baralhos esta carta é de número XI )



Resultado de imagem para carta de tarot o enforcadoXII – O Enforcado ou O Apostolado 
Arquétipo:A vítima, a prisão

Sentido geral:Crise, estar preso, ficar num aperto, ficar doente, fazer penitência, estagnação, modificação dos pensamentos.
          Um momento de bloqueio, em que a pessoa sente-se tolhida, não consegue ver claramente, perceber as coisas na perspectiva correta ( o moço da carta está de cabeça pra baixo). É sempre uma hora de não agir e de sacrificar, talvez, sua vontade. Nesse aspecto este é um Arcano evolutivo, em que se adquire a capacidade de ver tudo de outra forma, em geral bem diferente do que os outros veem. Isso pode tornar o indivíduo uma vítima das incompreensões, mas pode também revelar uma missão.



Resultado de imagem para carta de tarot a morteXIII – A Morte ou A Imortalidade 
Arquétipo:A morte.

Sentido geral:O grande desapego, o fim natural, uma despedida ansiosamente esperada ou temida, perdas.
             Esse Arcano indica o fim da matéria, sua destruição. Ele limpa o espaço para dar lugar ao novo. Transforma o que está enraizado; é um momento de passagem. Indica o reinício sobre bases que são novas. Sempre é uma mudança radical, transformadora. A morte do pequeno ego gera a evolução que permite o contato com o verdadeiro espírito, que é imortal.



Resultado de imagem para carta de tarot a temperançaXIV – A Temperança 
Arquétipo:Harmonia

Sentido geral:Descontração, a medida correta, paz, saúde, cura, gostar dos outros e de si mesmo.
              É o momento de as coisas fluírem, com uma movimentação que concilia e expande tudo. Tudo corre bem, não há empecilhos, a não ser o próprio indivíduo. Deve continuar como está, perseverando no caminho traçado, assim haverá o crescimento que deseja. No trabalho das energias pessoais, a Temperança traz a capacidade de transformar, é a chamada alquimia interna. Essa carta encerra um outro ciclo.



Resultado de imagem para carta de tarot o diaboXV – O Diabo ou A Paixão
Arquétipo:O tentador, o mal, o fardo

Sentido geral:A tentação, a sedução, a dependência, o vício, a intemperança, a possessão; contrariar os próprios desígnios, a traição.
           As pessoas que aparecem nessa carta não estão livres, não veem claramente e não tem liberdade para falar. São capazes de fazer qualquer coisa para obter o que querem, pois estão ligadas apenas à consciência material. Este Arcano indica também sedução, instinto sexual que domina, paixão cega. A magia negra está ligada a essa carta.



Resultado de imagem para carta de tarot a torreXVI – A Torre ou A Fragilidade 
Arquétipo:Tremor de terra, destruição.

Sentido geral:Transformação, catástrofe, abalo, acidentes, esperança fracassada, "explosão de uma bomba", um monte de destroços.
             O destino foi o agente que desestruturou a construção imponente que se vê nessa carta. Ela era julgada estável e sólida, mas ruiu. Um homem que vive o momento representado por ela, viu cair seu mundo material por um ato do destino, nada pôde fazer. Este Arcano sempre indica uma queda, uma ruptura, uma perda brusca, acompanhada de muita dor. É considerada a pior carta do Tarô, mas o indivíduo pode sair ileso se mantiver sua fé viva, pois seu espírito é intocável.



Resultado de imagem para carta do tarot a estrelaXVII – A Estrela 
Arquétipo:Esperança, a água da vida

Sentido geral:Futuro, confiança, desenvolvimento favorável e duradouro, sorte ( carta de proteção).
             Esse Arcano é a reestruturação, pois depois da desestruturação, que a carta anterior indica, segue-se um período de bonança. Essa estrela é a luz que mostra caminhos, traz soluções, recupera o perdido ou apenas dá esperança. O homem aqui é um instrumento de Deus. Sob a influência dessa carta pode-se começar a ver as situações sob uma outra perspectiva. A pessoa sairá de suas dificuldades, pois aparecerá uma solução.


Resultado de imagem para carta do tarot a luaXVIII – A Lua ou A Noite 
Arquétipo:A noite, as forças das trevas.

Sentido geral:Insegurança, medo, confusão, pesadelos, imagens da alma, anseios, sonhos.
            Esse Arcano indica que as coisas estão vagas, confusas, estão sendo encaradas pela aparência, podem ser uma ilusão. Não fala dos sentimentos, pois os retém guardados, dissimulando suas emoções. Tudo o que está oculto ou é muito variável está sob influência dessa carta. Os sonhos e as fantasias fazem a pessoa se perder num mundo irreal, que ela mesma criou. O mundo material precisa ser dominado por meio de um trabalho árduo, pois há um desligamento do plano físico.



Resultado de imagem para carta do tarot o solXIX – O Sol ou A Luz 
Arquétipo:O dia, as forças da luz.
Sentido geral:Vivacidade, aceitação da vida, vitalidade, generosidade, calor humano, frescor, autoconfiança.
           Esse Arcano é a luz, clareia as brumas da carta anterior, trazendo a amizade, o amor e o sucesso. A pessoa sob esta influência já passou pelo processo do conhecimento e alcançou o resplendor. Essa carta indica controle dos impulsos sexuais com mais capacidade para amar verdadeiramente. Sempre é indicação de felicidade, amor, vitória e riqueza.


Resultado de imagem para carta do tarot o julgamentoXX – O Julgamento ou O Despertar 
Arquétipo:A arrecadação do tesouro, a solução, o beijo salvador

Sentido geral:Ressurreição, reanimação, vitória do bem, nascimento suave ou libertação, o verdadeiro.
           Uma revelação que chega de repente, a curtíssimo prazo, é o principal significado desse Arcano. Há um chamado que desperta a consciência. As coisas caem do céu, vêm por intermédio divino ou por intermédio da família, chegando no momento exato. É a promessa de uma vida plena, em que a renovação traz mudanças benéficas.



Resultado de imagem para carta do tarot o mundoXXI – O Mundo ou O Umbral 
Arquétipo:O reencontro do Paraíso, a coroação do herói como rei.

Sentido geral:Alcançar a meta, encontrar seu próprio lugar, atingir o auge, obter a plenitude feliz, harmonia, viagens.
            Esta é uma carta muito feliz. Indica vitória, realização plena em todos os níveis. A matéria, a emoção e a espiritualidade têm seu valor exato. A pessoa que está sob sua influência é ajudada pelo Universo, completou seu processo de autoconhecimento e obteve a consciência plena. O contato com seu Eu Superior, com Deus; harmoniza a alma, a mente e o corpo. É considerada a melhor carta do Tarô, símbolo da perfeição.

Arcanos Menores

         As cartas correspondentes aos Arcanos Menores são como as cartas do baralho comum. Apenas que há nomeações diferentes: ao invés do naipe de "Paus", temos "Bastões" ; ao invés de "Ouros", temos "Moedas" e ao invés de "Copas", temos "Taças". E também, ao invés de termos "Valete", "Dama"  e  "Rei", temos "Pajem", "Cavaleiro", "Rainha" e "Rei".
        Há uma caracterização relativa a essas cartas relacionando-as aos quatro elementos, que correspondem aos quatro símbolos principais dos Arcanos Menores:

Bastões = Fogo => inquietação, impaciência, espírito empreendedor

Espadas = Ar => frieza, inflexibilidade, calculismo e disposição para conflitos

Moedas = Terra => confiabilidade/ curiosidade/ firmeza e robustez

Taças = Água => bondade/ espírito de conciliação, harmonia e ternura

Os Arcanos Menores também têm significados próprios. Aqui conheceremos o sentido geral dado a cada uma delas:

Ás de Bastões – Chance de autodesenvolvimento, oportunidades, coragem, temeridade, provar que se tem espírito de ação e força de vontade.



2 de Bastões – Indiferença, conhecimento oral, neutralidade descolorida, exercer pressão.



3 de Bastões – Firme capacidade de permanência, junto com perspectivas bastante promissoras, confiança, segurança e sucesso.



4 de Bastões – Paz, alegria, harmonia, ser bem-vindo ou dar as boas-vindas aos outros.



5 de Bastões – Desafio, competição, briga em caráter de brincadeira, medição de forças.



6 de Bastões - Vitória, reconhecimento, boas notícias, volta satisfatória.



7 de Bastões - Polêmica, inveja e má vontade dos outros, ter de se justificar



8 de Bastões –Indicação de um acontecimento prestes a ocorrer, indicação de que há !algo no ar”.



9 de Bastões- Endurecimento, atitude de teimosia, sentir-se ameaçado mesmo onde não existe nenhuma ameaça



10 de Bastões-Exigências excessivas, pressão, falta de perspectivas, situação aflitiva, manipulação desajeitada de situações, o desejo de fazer tudo sozinho.




Resultado de imagem para pajem de bastões tarotPajem de Bastões- O Pajem oferece uma oportunidade, de impulso ou sugestão irresistível que o consulente deve aceitar com satisfação.



Resultado de imagem para cavaleiro de bastões tarotCavaleiro de Bastões- O cavaleiro representa uma disposição calorosa e sensual repleta de impaciência e fome de acontecimentos 
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Carta correspondente no baralho comum.

Resultado de imagem para rainha de bastões tarotRainha de Bastões- Uma mulher com o tipo de personalidade fogosa ( do elemento Fogo ), temperamental, voluntariosa, enérgica, idealista , lutadora, capaz de entusiasmar-se, corajosa, empreendedora, autodeterminada.



Resultado de imagem para rei de bastões tarotRei de Bastões- Um homem do tipo fogoso (personalidade do elemento Fogo), voluntarioso, dinâmico, empreendedor, capaz de demonstrar entusiasmo,  temperamental, com capacidade de liderança, autoconsciente.




Ás de Espadas – Oportunidade de esclarecer alguma coisa, de se distanciar, de examinar criticamente uma situação, oportunidade de chegar a um conhecimento valioso ou a uma decisão.



2 de Espadas – Dúvidas persistentes, indecisão, os limites do intelecto.



3 de Espadas – Reconhecimento doloroso, decepção, decisão sagaz, porém difícil, renúncia.



4 de Espadas – Paralisação, pausa obrigatória, doença, isolamento, hiato das atividades.



5 de Espadas- Derrota, humilhação, baixeza, infortúnio, infâmia.



6 de Espadas- Despertar de sentimentos imprecisos, modificação, mudança, viagem.



7 de Espadas- Chicanas e malícia, furtar-se a uma obrigação, trapaça, traição, esquivar-se de alguma coisa.



8 de Espadas- Inibição, proibição, renúncia, limitação, deixar de poder ver alguma coisa essencial.



9 de Espadas- Medo, preocupações, remorsos, noites insones, pesadelos, desespero



10 de Espadas – Fim intencional, ponto final, morte, tabual rasa



Resultado de imagem para pájem de espadas tarôPajem de Espadas – Oportunidade de esclarecer algo, mas probabilidade de um conflito subsequente.



Resultado de imagem para cavaleiro de espadas tarôCavaleiro de Espadas – Disposição séria, fria, gelada; queda de temperatura, agressividade, relacionamento frio com os outros


Resultado de imagem para rainha de espadas tarôRainha de Espadas – Uma mulher com temperamento aéreo ( do elemento Ar), de fria a gelada, inteligente, ladina, independente, esperta, encantadora, com facilidade de expressão, arguta, calculista, distante, pouco acessível. A mulher que, graças à força da sua inteligência, se livrou de todas as dependências.



Resultado de imagem para rei de espadas tarôRei de Espadas – Um homem com personalidade relativa ao elemento Ar. Frio e conciso, orientado pela inteligência, inteligente, divertido, crítico, esperto, neutro, distanciado, instável. O conselheiro objetivo, entendido no assunto em pauta.



Ás de Moedas- Uma oportunidade valiosa ou uma chance de descobrir riquezas quer interiores quer exteriores. Uma oportunidade que promete grande felicidade, mas que precisa ser descoberta.



Dois de Moedas – Flexibilidade, indecisão brincalhona, deixar-se conduzir pela correnteza, despreocupação, confiança instintiva.



3 de Moedas- Progresso, vencer as provas, poder submeter o próprio conhecimento `as prova, entrar num noivo âmbito ( misterioso).



4 de Moedas – Acumulação de víveres, avareza, necessidade excessiva e questionável de segurança, apego, responsabilidade imposta.



5 de Moedas – Crise, privação, fase de sede de alguma coisa, solo quebradiço, pobreza, correr riscos.



6 de Moedas- Generosidade, dar e receber presentes, tolerância, disposição para ajudar, boa situação, sociabilidade.



7 de Moedas – Paciência, crescimento lento porém constante, tempo de amadurecimento.



8 de Moedas – Início, novo aprendizado, alegria por criar algo e confiança, destreza apreciável.



9 de Moedas- Lucros, surpresa agradável, melhora súbita, mudança favorável aos acontecimentos.



10 de Moedas- Riqueza, segurança, estabilidade, sucesso, bases sólidas.



Resultado de imagem para pájem de moedas tarôPajem de Moedas – Uma boa oportunidade que se apresenta, uma proposta séria, um impulso valioso para o consulente



Resultado de imagem para cavaleiro de moedas tarotCavaleiro de Moedas – Disposição firme para trabalhar com afinco e duração, formação sólida e honra dos valores reais.



Resultado de imagem para rainha de moedas tarotRainha de Moedas – Uma mulher com o tipo de personalidade própria do elemento Terra: com os pés firmes no chão, confiável, realista bondosa, esforçada, fecunda, higiênica e sensual.



Resultado de imagem para rei de moedas tarotRei de Moedas- Um homem com tipo de personalidade comum ao elemento Terra; bom negociante, pragmático, confiável, prático sensual, lascivo



Ás de Taças Oportunidade de encontrar a maior das felicidades, de descobrir a mais profunda plenitude, harmonia e realização dos sonhos.



2 de Taças – O encontro carinhoso, receber as boas vindas, ir ao encontro do outro



3 de Taças – Sucesso e gratidão, convalescência, partilhar a própria alegria com os outros.



4 de Taças- Mau humor, ficar ofendido à toa, perder uma oportunidade promissora por puro aborrecimento.



5 de Taças – Desgosto, perdas, abandono, preocupações, esperanças frustradas.



6 de Taças – Olhar para trás, em parte com alegria, em parte com saudade, lembrar-se de velhos quadros, de antigos desejos, planos e perspectivas, nostalgia.



7 de Taças- Visões, sentimentalismo frequente, ilusões, pensamento fixo nos desejos.



8 de Taças – Partida com o coração pesado, partir para o desconhecido, partida graças a uma decisão pessoal.



9 de Taças- Satisfação, alegria de viver, companheirismo, despreocupação, descontrair-se.



10 de Taças – Grande felicidade, profunda harmonia, felicidade familiar, segurança emocional.



Resultado de imagem para tarot Pajem de TaçasPajem de Taças- Um gesto amigo que é oferecido ao consulente, uma boa oportunidade que surge no seu caminho favorecendo-o, dando-lhe sorte.



Resultado de imagem para cavaleiro de taças tarotCavaleiro de Taças- Atmosfera amiga, carinhosa, conciliadora, harmonia e sensualidade.



Resultado de imagem para rainha de taças tarotRainha de Taças- Uma mulher com o tipo de personalidade comum ao elemento Água: sensível, suave, mediúnica, romântica, prestativa, solidária.



Resultado de imagem para rei de taças tarotRei de Taças – Um homem como tipo de personalidade comum ao elemento Água: sentimental, suave, mediúnico, romântico, intuitivo.

                                                                                 Ref. As Chaves do Tarô - Hajo Banzhaf
                                                                                         O Tarô da Saúde - Celina Fioravanti
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